Quadrilha Junina Arraiá dos Matutos; Cultura Planaltina GO; Lampião |
Em 1926, Lampião é chamado a Juazeiro, com o objetivo predeterminado e a aquiescência das próprias autoridades federais, de armá-lo para dar combate à Coluna. Floro Bartolomeu recebe dinheiro do Governo central com esta finalidade expressa: armar capangas contras os “revoltosos”. Não foi Floro, dizem, mas um seu lugar-tenente, Pedro Silvino, quem teve a idéia de mobilizar precisamente o Rei do Cangaço para lançá-lo contra a Coluna. O certo é que Lampião entra em Juazeiro, acompanhado de um contingente de uns 40 capangas, conversa com o Padre Cícero, recebe uma falsa patente de capitão do exército e avultada quantidade de armas e munições. Obtém a benção do Padre Cícero, a quem promete regenerar-se, e segue seu destino. Mas se escolhe um caminho, é qualquer outro que o distancie da Coluna. Jamais procurou entrar em contato com ela, dela deve ter sempre fugido, tal a fama de valor de seus componentes. Mas não há dúvida de que o principal motivo por que Lampião não tratou jamais de cumprir seu trato com os chefes de Juazeiro foi precisamente a popularidade que desfrutava a Coluna, a glória de seu comandante, a repercussão de seus feitos entre as populações rurais. Lampião saíra daquela mesma gente simples, cujos filhos ingressavam voluntariamente nas fileiras da Coluna, e via quem a perseguia como cães de fila: os coronéis, os grandes fazendeiros. Isto, muito embora Floro Bartolomeu lançasse mão de sua capangada para tentar impedir a passagem da Coluna pelo sul do Ceará.
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